Morre, mas não morre! 

           Certamente você já ouviu dizer muito sobre empresas que aos olhos das pessoas estavam praticamente quebradas, mas nunca fecharam as portas. Ou que a empresa x ou y estava devendo muito e suas dívidas eram impagáveis.  

           Já deve ter se admirado com empresas que, pela capa e pelos comentários das pessoas, já estavam mortas, mas continuam vivas e até mesmo fazendo investimentos em expansão? 

          Se você tivesse que comprar uma empresa, qual compraria? A que tem mais lucro no DRE (demonstrativo de resultado)? A que tem menos dívidas? Ou a que tem mais dívidas? 

          Tudo isso é bem relativo e precisa de uma análise que esse indicador tão importante e simples vai te ajudar nas decisões. Trata- se do EBITDA ou LAJIDA em português. Lucro antes dos Juros, impostos, depreciações e amortizações.  

          Imagine uma empresa que fatura R$300.000,00 por mês e um lucro líquido de R$30.000,00 mês, não deve nenhum centavo, tem um planejamento tributário redondinho e paga menos de R$20.000,00 por mês de impostos. Além disso, não tem equipamentos essenciais que perdem muito valor com o tempo EBITDA acima de 16%. Você compraria essa ou a do exemplo abaixo?   

          Imagine uma segunda empresa que fatura R$300.000,00 por mês e tem prejuízo de R$5.000,00, e tem parcelas de dívida mensal somando juros no valor de R$70.000,00 e um péssimo planejamento tributário, pagando acima de R$35.000,00 de impostos mês. Equipamentos e máquinas mal administradas, sem boa manutenção e conservação, que deprecia muito EBITDA acima de 33%.

         Qual das empresas acima está em melhores condições ou corre mais risco de quebrar? A primeira opção não há muito mais o que fazer para melhorar os resultados. Na segunda opção, podemos negociar as dívidas, fazendo a quitação delas com desconto ou alongá-las, para que a empresa tenha mais fôlego, além de um plano tributário para pagar menos impostos e uma implementação de maiores cuidados para aumentar a vida útil dos equipamentos para a segunda empresa parar de dar prejuízo e ter um lucro significativamente maior que a primeira empresa, pois se trata de uma operação de muito mais potencial. 

          Portanto, nunca julgue um negócio pelo seu montante de dívidas e sim pela capacidade de geração de lucro que a empresa tem se não tivesse as dívidas. E essa capacidade de geração de resultados, de caixa, é o que sustenta empresas que aparentemente estão quebradas, porém sua operação a sustenta.  

          Sugiro ter bem claro todo mês o demonstrativo dos lucros da empresa, caso ela não tivesse nenhuma dívida, inclusive sem os juros, se não fizesse nenhuma antecipação de pagamento com instituições financeiras. Olhe também para os valores dos impostos e se pergunte sempre se não consegue fazer um melhor planejamento tributário. E as depreciações? Você faz as contas do quanto precisa reservar de capital para renovar os equipados dentro do ciclo de vida deles? Dá para fazer alguma coisa, de forma que durem mais e esse capital diminua, sem baixar a eficiência da produtividade? 

          Veja o rápido vídeo que fiz sobre EBITDA e tenha uma melhor compreensão desse tema tão importante e ignorado por muita gente no meio empresarial. Lembre-se de que todos os conteúdos mensais estão numa sequência lógica e, se necessário, revise todos os demais conteúdos desde janeiro.